domingo, julho 29, 2007

6 de Novembro de 2004

Hamburgo no Casal Vistoso

15h05m - Chego ao pavilhão do Casal Vistoso, com algum esforço para chegar a horas. Demorei a apanhar táxi. Mal saio, um adepto sportinguista furioso desabafa comigo: “5 euros! 5 euros!”. Bate em retirada. Eu entro no pavilhão, com muito público e um belo ambiente. O Sporting já está a perder o jogo de andebol com o Hamburgo por 5-2. No final, derrota por 24-28, com os alemães em grande descontracção. Ainda vi dez minutos do guarda-redes Tomas Svensson.
Vejo a partida ao lado do Professor Pintado. No final do encontro visito os ex-colegas de O JOGO, ali ao lado. Depois vou até ao Holmes Place, nadar um bocado.
Janto. Sigo para o Arena, ao lado do Jardim do Tabaco. É mais uma gala de kickboxing, desta feita concluída com um combate histórico. É o regresso de Fernando Fernandes, depois de quase dez anos sem combater. Ganhou, mas sofreu. Felicito-o no final do combate.
— Obrigado por teres vindo — diz o Fernando, cansado, sorriso aberto, as marcas do esforço no rosto e o suor a peregrinar-lhe o torso forte.
Apanho o Metro no Rossio. Saio na Alameda. Subo.
Uma pérola de ébano não chega a acordo com o motorista de uma carrinha. Resolvo ir lá.
— Boa-noite. A quanto são os beijinhos?
Ela está desconfiada comigo. Olha para o saco de plástico que trago na mão, com os jornais.
— Não faço esse trabalho.
Estranho à brava. Aprofundo o tema.
— Então o que faz?
— São 100 euros em cama de água.
— E faz sexo oral?
— Faço. Lá na cama de água.

Mau! Afinal sempre faz beijinhos! Já estou bastante fodido com a terminologia e a decadência da língua portuguesa.
— Quanto tempo?
— 1 hora. Mas na Praça do Chile é 50 euros, sem cama de água.
— E onde é a cama de água?
— É no Campo Mártires da Pátria.
— Muito obrigado. Boa noite.

Zás e aí estou eu a caminho do Galeto. Afinal, as putas do Campo Mártires da Pátria podem ser oriundas do Técnico. As voltas que a vida dá. E podem estar escondidas e não à vista.
Uma chavala discute com o chulo. Amuos.