domingo, janeiro 14, 2007

7 de Outubro de 2004

18 e 30 horas - Mãe D’Água

Estou com uma amiga num espaço belíssimo: a Mãe D’Água, no Jardim das Amoreiras. Assisto a um concerto do “Trio luminar” (harpa, violino, flauta transversal). É pena a acústica não ser a melhor. O som bate nas abóbadas e provoca ecos. Mesmo assim, usufruo de uma hora de boa música.
Saio com a minha amiga em passo acelerado. Espera-nos outra iniciativa cultural: a abertura do ciclo de cinema francês, no S. Jorge, pelas 21 horas. O filme foi uma agradabilíssima descoberta da realizadora Noémie Lvovsky (“Les sentiments”). Mais uma interpretação superlativa do actor Jean-Pierre Bacri, que já tinha mostrado o que vale em “O gosto dos outros”. Nathalie Baye (tão longe da prostituta atrevida de “La balance”, que vi todo repimpado no defunto Star, na Guerra Junqueiro) é também uma grande senhora do cinema francês. Melvil Poupaud, que esteve presente no S. Jorge, também vai bem, assim como a actriz que faz de sua mulher. Falha-me o nome, mas será uma das certezas do cinema gaulês, por certo. A realizadora soube temperar o registo cómico com o registo dramático e conseguiu um bom filme.
O ar condicionado continua K.O (as obras do S. Jorge são em Dezembro e há que aguentar pelo amor ao cinema) e toda a sala maior é um festival de leques e de pessoas a abanar-se. Como se entrou na sala pelas 21 horas (havia a abertura oficial, com homenagem a Isabel Ruth) e se saiu pelas 00h15m, podem calcular...

Assim é que se vê quais são os verdadeiros adeptos de cinema, dispostos a sofer por ele.
Findo o filme, vou até ao Pabe com a minha amiga. Verifico, com surpresa, que agora fecha às 24 horas. Fazemos marcha-atrás e bebemos um copo no Cup and Cino da Alexandre Herculano.
Depois sigo até ao Galeto, onde como duas tostas mistas e bebo um chá de tília. Por trás de mim, no outro balcão, está o toureiro Pedrito de Portugal, a levar uma grande seca de um admirador “espontâneo”, que se sentou na cadeira do lado.
Passa-me um bocado ao lado toda a polémica com o professor Marcelo. Percebo, todavia, que é o tema da moda, a par da Quinta das Celebridades. Continuo quase “virgem” no que toca à Quinta das Celebridades. Só vi uns dez minutos no dia da estreia.