domingo, setembro 09, 2007

13 de Novembro de 2004

Já vi a Kerry Fox com a sarda na boca

Pronto. Já vi a Kerry Fox toda nua. O minuto 34 é o tal: vê-se a menina com a sarda do Mark Rylance na boca. Dura pouco tempo. É assim a modos que “O diabo no corpo” do século XXI. Na altura (há mais de 20 anos) o filme do Marco Bellochio deu que falar, só porque a Maruscha Detmers metia na boca a sarda de um cavalheiro. Vi no Apolo 70, que Deus tem.
Aquilo era de um obscurantismo atroz. A cena passava-se num canto escuro e a malta tinha de estar concentrada para perceber que o gajo estava mais mole que o mais mole dos pântanos. Acho que durava 17 segundos. Ou coisa assim. E o filme era mau.
Este “Intimidade” é bem melhor. Não tem a dimensão operática que o Patrice Chéreau imprimiu a “La Reine Margot”, com o pessoal a transpirar sangue e tudo. Não. Este “Intimidade” é mesmo um filme para ver pausadamente e meditar. Gostei, independentemente da Kerry Fox toda nua e dos gemidos de amor lembrarem dois cãezinhos a arfar, depois de muitas brincadeiras no jardim, a correr atrás de um pau ou de uma bola.

17 horas - Estou no comboio, mais um amigo. Vamos para a Parede, assistir ao Sporting—Barcelos, em hóquei em patins.
No final o Sporting perdeu por 4-3, porque deu muitas “barracas” defensivas. Bateu-se muito bem. Os jogadores do Barcelos estão muito cansados fisicamente.
Saio do pavilhão em passo apressado. Quero chegar a tempo do concerto do Terence Blanchard, na Culturgest. E chego. Comprei o bilhete e ainda fui comer dois folhados de linguiça à pastelaria Namur.
Belo concerto. O “encore” foi uma inspiradíssima balada, daquelas que deixa a alma dum gajo a pingar meiguices. Duas horas de quase magia. Alguns músicos vieram desopilar com um passeio em zona de putas, ao lado do Técnico. Cruzámo-nos.